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Incêndios se alastram em junho e surpreendem equipes do Prevfogo
Margem do rio Paraguai tomada pelo fogo e fumaça (Foto: Henrique Arakaki/ Jornal Midiamax)

Incêndios se alastram em junho e surpreendem equipes do Prevfogo

Já são 1.729 focos de incêndio registrados em junho no Mato Grosso do Sul

Publicado em 20/06/2024 13:43

“Eu sei que é prejudicial, mas o brigadista só vai sair do campo quando controlar a situação”. O relato do chefe de Brigada Pantanal do Prevfogo, Anderson Thiago, é o retrato da realidade enfrentada por 39 brigadistas que combatem incêndios no Pantanal atualmente. Calor, baixa umidade, fogo e fumaça dia e noite.

O Pantanal está em chamas, com 1.729 focos de incêndio em junho no Mato Grosso do Sul e 250 focos em apenas um dia. Desde janeiro de 2024, pesquisadores alertam para o período de estiagem no Pantanal, mas o fogo chegou antes do que as equipes de combate esperavam.

Apesar de Mato Grosso do Sul estar em situação de emergência ambiental desde abril, historicamente em junho as equipes atuam na prevenção de incêndios florestais. Já que os focos costumavam ser mais intensos a partir de julho e agosto. Mas em 2024, a situação se agravou mais cedo.

“A gente não imaginou que junho seria dessa forma. Nessa época a gente trabalha mais voltado a se organizar pra começar o período crítico que a gente tem que agosto e setembro. Então vocês imaginam aí que a tendência é aumentar esses focos daqui para frente”, afirma Anderson Thiago do Prevfogo.

Reportagem do Jornal Midiamax percorreu o trecho de 450 km entre Campo Grande e Corumbá nesta quinta-feira (20), rumo ao Pantanal sul-mato-grossense, e acompanha a situação dos incêndios florestais in loco.

Brigadistas se dividem
Corumbá, a 450 km de Campo Grande, é a cidade do país com maior registro de focos de incêndios em 2024. E é por lá que equipes do Prevfogo se desdobram para tentar conter as chamas, que já se espalham pelo Pantanal e cobrem de fumaça municípios e comunidades ribeirinhas.

“A gente está trabalhando na linha de defesa para evitar que o fogo continue andando, queimando e devastando o Pantanal”, conta o chefe de Brigada Pantanal. Atualmente são 39 brigadistas, sendo dois esquadrões na região do Abobral, na estrada-parque, e 10 brigadistas do outro lado do rio, na margem esquerda do rio Paraguai, que estão atuando no combate ao incêndio.

Ficam apenas quatro brigadistas na base para apoiar na questão da logística, transporte, alimentação e combustível. O combate é feito com o uso de motobombas e 10, 20 mangueiras esticadas, sendo que cada mangueira tem 30 metros de comprimento.

” É a tendência, se a gente não tiver um período de chuva aqui, que eu acho que vai demorar um pouco pra chover no Pantanal, vai ser sempre assim, queimada, queimada, queimada para todo lado”, afirma.

Equipes do Corpo de Bombeiros, PMA - Polícia Militar Ambiental- e Marinha do Brasil dão suporte para o Prevfogo, mas todos os esforços juntos ainda são muito pouco perto da dimensão dos incêndios florestais.

Corumbaenses convivem com a fumaça diariamente
Desde o início de junho, a fumaça dos incêndios florestais predomina em Corumbá e Ladário. São dias e noites inalando fumaça, aliado ao tempo extremamente seco e quente. Quem mora lá diz que já está acostumado, mas sofre as consequências da exposição.

Localizado na margem do rio Paraguai, em Ladário, o Hotel Gold Fish está tomado pela fumaça vinda de incêndios que devastam a outra margem do rio. Mas a situação, apesar de grave, não é exclusiva da região.

Dois homens que trabalham em uma construção do hotel, têm a fumaça somada ao esforço físico da função. Corumbaense, Ramon Severino de Lima, 48, afirma que fora a queimada tem outras questões ambientais de peixes que morrem, animais que aparecem pelo hotel, como onças e cotias, fugindo do fogo.

Marcio Severino, 44, afirma que na semana passada o fogo já existia, mas está avançando. “Incomoda o olho, o nariz, todo mundo com tosse, doente, mas acaba se acostumando com a situação que acontece todos os anos. Esse mês não era para ser assim, é o São João, era para estar frio e chovendo, o tempo seco veio antes”, afirma.

Por Priscilla Peres e Clayton Neves / Midiamax

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